11 de fevereiro – Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência

Publicado por Materiais Júnior em

mulheres na ciência

No dia 11 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional das Mulheres na Ciência. Mesmo com tantos esforços para promover a igualdade de gênero, as mulheres ainda sofrem resistência para alcançarem posições de referência dentro da ciência brasileira.

As mulheres representam 54% dos doutorandos no Brasil. Porém, só ocupam 14% das cadeiras na Academia Brasileira de Ciências. Quando falamos em bolsas de auxílio financeiro para o desenvolvimento de pesquisas, o cenário continua. Das bolsas de iniciação Científica, 59% são destinadas para mulheres. Mas menos de 25% das bolsas 1A (as mais prestigiadas e com maior auxílio) são para cientistas mulheres.

Esses dados nos mostram quanto o Brasil ainda precisa caminhar para equiparar o espaço acadêmico. Para conhecermos mais esse cenário, convidamos a Prof. Dra. Ana Paula da Luz, do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos para nos contar sobre sua trajetória acadêmica e como ela enxerga os desafios enfrentados pelas mulheres que seguem carreira na ciência. Muito obrigado por aceitar nosso convite, professora Ana!

 

 

“” Sou a Profa. Ana Paula e minha trajetória acadêmica começou com minha escolha pelo curso de Engenharia Química na Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP, que antigamente se chamava FAENQUIL – Faculdade de Engenharia Química de Lorena). Essa escolha ocorreu devido a localização da universidade (proximidade da casa dos meus pais), qualidade do curso e numa possível maior facilidade para me posicionar no mercado de trabalho posteriormente. Ao longo do curso de graduação fui descobrindo novas áreas de atuação dentro do campo da Engenharia e me envolvi em atividades de IC no Departamento de Engenharia de Materiais da EEL-USP. Desta forma, optei por continuar meus estudos de mestrado e doutorado em Engenharia de Materiais. Enquanto meu mestrado foi realizado na EEL-USP, o doutorado foi conduzido no GEMM (Grupo de Engenharia de Microestrutura de Materiais), aqui no DEMa-UFSCar, sob a orientação do Prof. Pandolfelli. Ao longo destes anos tive a oportunidade de trabalhar com cerâmicas tradicionais e avançadas, sendo que nos últimos anos me dediquei mais fortemente aos materiais cerâmicos voltados para aplicações em altas temperaturas.

O que mais me motivou a seguir a carreira acadêmica foi a motivação e curiosidade de sempre aprender mais. Além disso, o ambiente universitário fomenta esse contato diário com alunos e colegas que possuem diferentes experiências e atuam em diferentes áreas, fazendo com que possamos sempre buscar inspirações e interações.

Existem muitos desafios na carreira acadêmica, visto que há a necessidade de conciliarmos atividades de ensino, pesquisa e extensão. Com o advento da pandemia de COVID-19 ainda tivemos que nos adaptar rapidamente as novas demandas impostas pelo ensino não presencial. E, temos a necessidade de constantemente aprender sobre novos métodos de ensino, buscar financiamentos para projetos de pesquisa junto a agencias de fomento e o setor industrial, incentivar alunos para desenvolver atividades de pesquisa, clenbuterol buy in usa participar de eventos divulgando os trabalhos realizados na universidade, desenvolver projetos junto a sociedade, etc.

Quanto ao papel das mulheres na ciência, nos últimos anos testemunhamos grandes avanços quanto à inserção e à participação das mulheres em muitas universidades do país como docentes e pesquisadoras, como estudantes de graduação e pós-graduação. O feminismo contemporâneo mudou a posição das mulheres na ciência, porém, o meio científico reproduz as representações de gênero produzidas sócio historicamente, havendo ainda o predomínio masculino em áreas como Geociência, Matemática, Engenharias, Ciência da Computação, Física, etc. Para mudar este cenário, dando maiores oportunidades para mulheres que queiram atuar nestas áreas, precisamos de mais divulgação científica e mostrar que muitas pesquisadoras que se destacaram nacional e mundialmente eram pessoas comuns, que tiveram uma trajetória para se tornarem cientistas e hoje suas teorias são amplamente utilizadas. É importante mostrar que qualquer um pode se tornar também uma grande cientista e quão importante e gratificante é o papel deste profissional.””

 

 

Em nossas redes sociais, publicamos mais dados e curiosidades sobre esse cenário, além de apresentarmos depoimentos das nossas jovens cientistas que integram nosso time.
Nessa data, a Materiais Júnior parabeniza todas as mulheres cientistas do Brasil e do mundo, e agradece imensamente pelo impacto que elas geram em nossas vidas graças às suas pesquisas e inovações. Que cada vez mais elas alcancem seu espaço e reconhecimento de direito!

Dados: CNPq e A Snapshot of the Status of Women in Brazil:2019.


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