Sacolas plásticas – Impacto e Soluções
As sacolas plásticas começaram a ser usadas a partir da década de 70. Esse material foi muito bem incorporado pela população devido ao conforto e facilidade que ela gera aos consumidores que vão as compras.
Impacto ambiental
Todo brasileiro sabe que ao sair as compras terá sacolas plásticas nas lojas para poder carregar sua mercadoria, mas o que muitos não pensam é o impacto causado pelo uso excessivo dessas sacolas. Anualmente é consumido 1 trilhão de sacolas plásticas, cerca de 2,5 bilhões consumidos diariamente. O Brasil não fica para trás, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídos por hora.
A poluição gerada não é apenas no consumo/descarte inadequado, também devemos contabilizar os insumos para sua produção: petróleo ou gás natural, água e energia, liberação de rejeitos líquidos, emissões de gases tóxicos e do efeito estufa fazem parte do custo ambiental que pagamos.
Outro impasse enfrentado é na coleta seletiva, o déficit de atendimento é grande. Cerca de 17,3 milhões de pessoas moram em regiões sem nenhum tipo de coleta, a maior parte em zonas rurais e pequenos municípios. Se a coleta regular não é universal, mais rara ainda é a seletiva, encontrada hoje em apenas 1.322 dos 5.561 municípios do país, pouco mais de 20% do total. Isso faz com que a maioria das sacolas consumidas seja descartada incorretamente, aumentando a poluição e contribuindo para outros problemas ambientais. Quando esses materiais vão parar em matas e oceanos, muitos animais morrem ao ingeri-los ou ficam presos no lixo.
Somado a isso, o processo de decomposição é caracterizado pela transformação da matéria orgânica em mineral, e depende de inúmeros fatores ambientais, tais como: umidade, temperatura, disponibilidade de oxigênio e luminosidade. Esta etapa é responsável por fechar e reiniciar os ciclos biogeoquímicos responsáveis pelo equilíbrio dos ecossistemas. A decomposição de um material é muito complexa, e pode demorar muitos anos para ser concluída, as sacolas poliméricas levam de 100 a 400 anos para se decompor.
Como podemos contribuir para diminuir esse problema?
Em 2002, a Irlanda instituiu a cobrança de uma taxa por sacola utilizada, desde então houve a redução do consumo em cerca de 97% – muitos países ao redor do mundo também aderiram a essa iniciativa. No Brasil, algumas cidades implementaram essa lei ou mesmo a proibição total no uso desse material, mas essa é uma norma legislativa que deveria ter abrangência nacional para ser ainda mais efetiva.
A conscientização dos consumidores também é de extrema importância, para que realmente sejamos capazes de reduzir esse número absurdo no consumo. Outras opções estão a nossa disposição para suprir a necessidade desse material, como sacolas retornáveis e até mesmo caixas de papelão que sempre encontramos nos supermercados.
Inovações Tecnológicas
O engenheiro de materiais tem papel decisivo nessa problemática, com o trabalho de desenvolver novos produtos alternativos e sustentáveis, como os polímeros biodegradáveis, que são degradados pela natureza em tempos significativamente mais rápido que polímeros convencionais. Esse material se degrada em dióxido de carbono, água e biomassa, como resultado da ação de organismos vivos ou enzimas.
Descobertos há cerca de 10 anos, os polímeros biodegradáveis ainda têm uma participação mínima no mercado internacional. Apesar da vantagem de sua aplicação quanto à preservação do meio ambiente, os bioplásticos são mais caros, e têm aplicações mais limitadas que os sintéticos, por serem menos flexíveis. Em meados da década de 90, iniciou-se no Brasil o desenvolvimento de uma tecnologia para produção de plásticos biodegradáveis empregando como matéria-prima derivados da cana-de-açúcar. Iniciou-se um estudo, com os polímeros da família dos poli (hidroxialcanoatos) (PHAs), que podem ser produzidos por bactérias em biorreatores a partir de açúcares. Tais polímeros possuem propriedades semelhantes às dos plásticos petroquímicos, com a vantagem de poderem ser biodegradados por microrganismos presentes no meio ambiente, em curto espaço de tempo, após o descarte. O principal representante dos PHAs, é semelhante ao polímero sintético polipropileno (PP), em propriedades físicas e mecânicas.
Diversos estudos estão sendo feitos ao redor do mundo para combatermos esse problema. Você tem boas ideias e não consegue reproduzi-las? Entre em contanto conosco, podemos ajuda-lo a materializar sua solução.
1 comentário
Processamento de Polímeros: Entenda tudo sobre | Materiais Júnior · junho 24, 2020 às 8:19 pm
[…] reta constante como por exemplo fios, chapas, filmes e tubos. Podem ser fabricados então, canudos, sacolas plásticas, embalagens, entre […]