História do Acrílico
O acrílico, também chamado de polimetilmetacrilato (PMMA), é um polímero caracterizado por sua transparência e rigidez, com a fórmula molecular (C₅O₂H₈)n e tem o metacrilato de metila como monômero. O ácido acrílico foi sintetizado pela primeira vez em 1843 pelo químico francês Charles Moureau. No entanto, foi apenas na década de 1930 que o PMMA, começou a ser amplamente desenvolvido. Este avanço é atribuído ao trabalho do Dr. Otto Rohm na Alemanha e à Imperial Chemical Industries (I.C.I.) no Reino Unido.
A aplicação mais significativa do PMMA ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi empregado em janelas, cúpulas de aeronaves e periscópios de submarinos, sendo inicialmente considerado um substituto para o vidro.
No Brasil, a produção de chapas acrílicas teve início em 1957, em São Paulo, com a fundação da empresa Naufal S/A, que comercializava seus produtos sob a marca Brasiplex. A empresa foi posteriormente adquirida pela I.C.I. e encerrou suas atividades na década de 1990.
Nos anos 1960, surgiram as primeiras empresas de reciclagem de acrílico em São Paulo. No final dessa década e no início da década de 1970, a produção da matéria-prima do acrílico, o metacrilato de metila (MMA), teve início no Brasil pela empresa Paskin S/A, em Candeias, na Bahia, que atualmente é parte do grupo Unigel.
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Propriedades do acrílico
O PMMA é um termoplástico especial que apresenta como principal propriedade a transparência. Diante disso, esse material apresenta transmitância luminosa de até 92%, superando a transparência de outros polímeros, como o do policarbonato (PC) de 80%, e a do vidro de 80%. Em relação a resistência mecânica, o poli(metacrilato de metila) possui em média uma resistência de 60 MPa, que na classe dos polímeros é considerada alta. A densidade desse polímero é de 1,2 g/cm³, ou seja, ele é mais denso que a água (1 g/cm³) e menos denso que o policarbonato (1,3 g/cm³) e que o vidro (2,5 g/cm³).
Ademais, de acordo com a resistência ao impacto IZOD o acrílico apresenta 2 KJ/m², enquanto o policarbonato, supera o acrílico e apresenta 60 KJ/m², porém o vidro possui a resistência ao impacto 10 vezes menor que a do acrílico. O acrílico também possui alta resistência aos raios UV e intempéries, alta biocompatibilidade e vasta possibilidade de personalização e coloração, uma vez que pode ser fornecido nas condições transparente, translúcido ou totalmente opaco, com diversos efeitos visuais e texturas. Vale ressaltar, que esse material é frágil abaixo de 40ºC, no entanto, conforme a temperatura é elevada acima de 50ºC, ele se torna dúctil e apresenta escoamento plástico antes da fratura.
CALLISTER, W. D., Rethwisch, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais. 9. ed. – Rio de Janeiro: Editora LTC, 2016.
Aplicações
O acrílico pode ser encontrado em diversos cenários do cotidiano do homem, principalmente em aplicações, em que substitui o vidro, como no setor de construção civil e automobilístico, porém também é encontrado na produção de peças decorativa, em utensílios domésticos e letreiros, devido a estética da transparência, bem como é utilizado nas áreas médicas e odontológicas, como em equipamentos de consultórios e próteses dentárias e ósseas, respectivamente. Atualmente, o setor que está desenvolvendo a inserção do uso do PMMA é a área estética, na parte de preenchimentos corporais, devido à biocompatibilidade deste material.
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Degradação e reciclagem
A degradação térmica do acrílico é a despolimerização desse polímero, e deve ocorrer na ausência de oxigênio, em temperaturas próximas de 220ºC, através da quebra de ligações entre os monômeros constituintes desse polímero e da quebras de ligações entre carbonos, assim tem como principal produto o próprio monômero metacrilato de metila. Esta degradação é utilizada como um processo de reciclagem do PMMA, sendo altamente eficaz e um processo, praticamente, exclusivo desse polímero, pois são raros os polímeros que permitem a recuperação do monômero dessa forma.
Outrossim, a reciclagem dos polímeros em geral, necessita de uma separação de acordo com os diferentes resíduos poliméricos gerados. Este procedimento de identificação é realizado por códigos localizados nas embalagens e produtos poliméricos que identificam qual é o tipo de material empregado nesses itens. No Brasil, o PMMA é identificado, juntamente a outros polímeros, como policarbonatos e poliamidas, pelo código de número 7 ou “outros”.
O uso do PMMA está aumentando, progressivamente, tendo em vista que no ano de 2024 as cinco maiores empresas produtoras de PMMA, produziram mais de 9 bilhões de dólares em acrílico, e a expectativa para o ano de 2029 é um crescimento de mais de 30% com uma produção de quase 13 bilhões de dólares. Diante disso, o descarte desse material nas próximas décadas é uma preocupação, sendo assim a reciclagem pela degradação do PMMA está sendo, cada vez, mais utilizada para diminuir os impactos ambientais desse material.
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