Materiais Biodegradáveis: entenda o princípio e a sua importância

Publicado por Materiais Júnior em

O que são Materiais Biodegradáveis? 

Materiais biodegradáveis são aqueles cuja composição é feita por elementos orgânicos e cuja decomposição se dá no meio ambiente em um curto espaço de tempo. Sendo assim, o tempo de biodegradação por microrganismos é um fator determinante para que o material seja classificado como biodegradável ou não; normalmente, se esse tempo se resume a semanas ou meses, a resposta para a biodegradabilidade é positiva.

Dessa forma, quando o processo de decomposição por microrganismos demora anos para ser realizado, pode-se concluir que o produto que foi decomposto não é biodegradável.

O que não se aplica a esses materiais?

Tendo como exemplo polímeros comuns e muito utilizados em diversas aplicações: polietileno e o polipropileno. Nesse caso, tem-se a possibilidade de uma decomposição realizada por microrganismos quando os materiais se encontram no meio ambiente, mas esse processo pode levar de dez a vinte anos para ser finalizado. Assim, conclui-se que tais materiais poliméricos, mesmo sendo decompostos por microrganismos, não são biodegradáveis.

Há, também, os plásticos oxibiodegradáveis, que recebem aditivos para acelerar o processo de degradação. Porém, diferentemente do que ocorre na biodegradação, o material polimérico não sofre transformação: ele é apenas dividido em subpartículas até que, dessas, seja formado um pó, o qual pode parar em rios, lagos e mares, gerando grandes danos à saúde. Logo, esses tipos de plásticos também não são considerados biodegradáveis e, além disso, representam um grande risco para o meio ambiente.

A Biodegradação

Retomando o conceito, podemos dizer que biodegradável é o material que sofre sua decomposição no meio ambiente em um curto período de tempo e que, depois de decomposto, não gera resíduos tóxicos nem sofre bioacumulação. Exemplos desses materiais são os lixos de origem orgânica, como papel, tecidos de algodão, couro e madeira, além da cortiça e do bambu.

Caso o material a ser degradado contenha metais pesados, ou caso o meio em que fosse ocorrer a biodegradação apresente um pH extremo, são necessários tratamentos prévios para que as condições citadas se tornem adequadas para a atuação dos microrganismos em uma velocidade aceitável, ou seja, para que o processo ocorrido seja o de biodegradação.

A biodegradação que ocorre nesses produtos é um processo de transformação química que se dá pela ação de microorganismos, inseridos em condições específicas de temperatura, umidade, luz, oxigênio e nutrientes. As substâncias químicas são utilizadas pelos microrganismos como substratos, ou seja, podem ser utilizadas na produção de energia durante a respiração celular e, assim, dar origem a aminoácidos, por exemplo. Dado o fim da degradação, os produtos obtidos, normalmente, são moléculas menores que, em alguns casos, se resumem a água, gás carbônico e biomassa.

Foto de Tom Fisk do Pexels

Normas e Certificação

 Além do tempo delimitado de biodegradação para que o material seja considerado biodegradável, há diversas normas as quais devem ser atendidas, para que a denominação seja, de fato, aceita.

Algumas dessas normas são as estadunidenses ASTM 6400, 6868, 6866, e a brasileira ABNT NBr 1544, entre outras, de biodegradação e compostagem. Ademais, deve haver a comprovação das propriedades do material biodegradável por meio de testes e análises laboratoriais.

A polêmica dos plásticos e o meio ambiente

A classe dos materiais poliméricos é a que gera mais polêmica quando tratamos desse assunto. Esses materiais são conhecidos por apresentarem um longo tempo de decomposição no meio ambiente, mas a principal problemática envolve a sua utilização em larga escala pelas grandes indústrias. O setor de embalagens é um exemplo disso, sendo o responsável por gerar aproximadamente um quinto de todo o lixo no Brasil.

Por isso, para essa classe de materiais, há uma padronização para o processo de certificação de biodegradabilidade.

Primeiramente, deve ser feita a caracterização química do material, em que se analisa a existência de metais pesados e sólidos voláteis em sua composição.

Em seguida, é feito o teste de biodegradação, no qual é relacionada a quantidade de gás carbônico (CO2) que é emitida pelo plástico enquanto ocorre o processo de biodegradação, com a quantidade do gás que é emitida por uma amostra padrão, durante o mesmo processo.

Depois disso, ocorre a análise de desintegração física do material, a qual é feita com base na ISO 16929 e na ISO 20200, e que deve resultar, para mais de 90% da amostra, em pedaços de material que sejam menores que 2 mm, em um período de 90 dias.

Por fim, é feito o teste de ecotoxicidade, para analisar se houve a geração de algum material tóxico durante o processo. Nessa fase, o resultado esperado é que, ao longo de toda a biodegradação, não seja obtido nenhum produto que apresente toxicidade.

Através dessas etapas, é possível afirmar se o plástico em questão é, de fato, biodegradável, atendendo aos citados requisitos, além de ser correspondente às demais condições trazidas.

Conclusão

O que podemos tirar desse conteúdo?

Embora ainda seja um conceito pouco considerado em muitas indústrias, o princípio dos materiais biodegradáveis é indispensável para o futuro do nosso meio ambiente e para o bem-estar da nossa população. Existem diversas aplicações onde é possível utilizá-los; desde a área de embalagens até projetos de arquitetura podemos estar fazendo nossa parte.

De maneira geral , sua utilização ainda caminha a passos lentos, muito por conta da falta de conhecimento sobre o assunto e despreocupação com a problemática citada.

 

Ficou interessado? Se quiser saber mais sobre o assunto entre em contato conosco!


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